Ao término da partida entre Flamengo e Bahia, pela Copa do Brasil, o treinador do mais querido, fez um alerta quanto aos jogos da Libertadores da América, que são realizados na altitude. Tite foi uma das vítimas, passou mal em La Paz e viajou assistido pela equipe médica do Rubro Negro. Ao chegar ao Brasil, foi imediatamente internado e permaneceu em observação no hospital, ficando ainda ausente na partida entre Flamengo e Red Bull Bragantino pelo Campeonato Brasileiro.
O alerta do técnico Tite foi apenas uma observação de que jogar na altitude é um atentado a saúde humana e um pedido para que a Conmebol, que é a organizadora da Copa Libertadores observasse a ciência e tivesse um cuidado com a saúde dos profissionais que vão até a altitude em disputas pelo torneio.
Em momento algum o técnico rubro-negro desacatou, ou falou mal da entidade, apenas expôs um ponto de vista, ponto de vista este de alguém que sofreu danos a saúde por estar à beira do campo em La Paz. Por falar o que pensava, Tite, foi denunciado pela Conmebol, e pode ser punido pelos tribunais da entidade.
Além de denunciar o comandante do mais querido, a entidade suprema do futebol sul-americano multou o Flamengo, por não chegar à capital boliviana com 24 horas de antecedência a partida.
A intransigente entidade futebolística continental, impõe aos clubes um regime de mordaça, em que ninguém pode se manifestar, ainda que a manifestação seja apenas uma colocação, como foi a do técnico Tite. A rigidez com que a entidade trata o clube passa do aceitável, em casos como estes, que buscam apenas colocar em discussão a saúde das pessoas envolvidas em partidas realizadas na altitude.
A discussão é pertinente, ainda mais em uma semana que o futebol perde um jogador, que sofreu um problema de saúde em campo.
A Conmebol está esperando algo acontecer na altitude para enfim começar a discutir o assunto?
Há times que tem suas casas nessa condição, e sim esses times seriam prejudicados com a proibição de jogos na altitude, mas esses times têm sobre os outros uma vantagem que não é desportiva, uma vantagem que impede, por exemplo, o jogador Allan de ser relacionado para partidas nessas condições, pois o mesmo, correria risco de vida jogando na altitude.
As partidas realizadas nesses ambientes, são um risco a saúde de atletas e staff dos times que não estão ambientados a esse cenário. O mínimo que deveria ser feito é uma discussão aberta e como diz o técnico Tite, a palavra final seria da ciência.
A entidade que comanda o futebol por aqui, ao invés de se mostrar compromissada com o bem-estar dos envolvidos em seu campeonato, parece se preocupar mais em fechar a boca das pessoas para não ter que se mexer, e tomar atitudes que podem ser impopulares. Na mesma entrevista pós Bahia e Flamengo, falando de outro assunto, Tite fez uma observação que pode ser aplicada ao que ele falou da altitude. O treinador rubro-negro, disse que opiniões devem ser livres e são inerentes a democracia. A Conmebol parece não partilhar desse pensamento.
