Nesta quinta-feira (04/09/2024), enquanto treinava pela seleção brasileira, o centroavante Pedro, rompeu os ligamentos cruzados do joelho e deve ficar fora do futebol por no mínimo seis meses.
Houve um tempo em que campeonatos estaduais e seleção brasileira tinha seu glamour, hoje, basicamente só estão servindo para isso mesmo, lesionar jogadores.
As seleções usam os jogadores, no caso de ligas geridas com profissionalismo, nas datas em que os atletas são usados pelos selecionados, os campeonatos são paralisados. Aqui no Brasil, uma liga que continua tão amadora quanto nos anos oitenta, a CBF obrigou os clubes a continuarem jogando, por exemplo, durante a Copa América realizada este ano.
Clubes que estão com a gestão equilibrada e que investem somas consideráveis em grandes contratações, foram esvaziados. O Flamengo é um exemplo nessa questão, durante o torneio continental se viu desfalcado de Arrascaeta, Matias Vina, Nicolás de La Cruz e Guillermo Varela convocados pela seleção uruguaia e de Erick Pulgar pela seleção chilena.
Independente se o trabalho da comissão técnica do Flamengo, tem sido bem-feito ou não, no período Copa América, o mais querido conseguiu ir bem, mas desgastou seus jogadores e os que serviram suas seleções voltaram com sobrecarga e prestes a se lesionarem, como foi o caso de Matias Vina, que só volta a jogar na próxima temporada.
Agora Pedro está fora da temporada e é mais um desfalque no Flamengo, não é um desfalque qualquer, é o melhor jogador no ano pelo time rubro-negro. Com a janela fechada, a diretoria iniciou uma movimentação as pressas para trazer um jogador para posição, um jogador sem contrato, provavelmente já na parte final da carreira.
Independente se a FIFA tem um programa que assegura o pagamento de salários de jogadores lesionados, o prejuízo desportivo ninguém cobre. Um jogador contratado a esta altura da temporada chega desentrosado, terá que se adaptar e enquanto isso o clube pode ter custos que significam perder campeonatos.
Pela FIFA e pelas confederações nacionais, chegou a hora de rever esse modelo que prejudica os clubes, que são quem verdadeiramente financiam esse mercado. Não há como os clubes arcarem também desportivamente com os custos de cederem seus jogadores as seleções. Qual seria o novo modelo não se sabe, mas o mínimo a ser feito é iniciar um debate para que ele surja.
Internamente aqui no Brasil, também chegou a hora de discutir os campeonatos estaduais. Esses torneios tiveram muito peso no passado e foram momentos gloriosos de muitos times que hoje são gigantes do futebol nacional e de alguns pequenos, que imortalizaram esse tipo de conquista na galeria de seus feitos.
Porém, a temporada no Brasil é criminosa, ela acaba com a saúde dos atletas e arrebenta com os clubes. Pensar um novo modelo seria valorizar o produto nacional, oxigenar os grandes torneios, que são o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Uma possibilidade seria que os estaduais servissem de acesso a Copa do Brasil e as divisões inferiores do Brasileirão.
Seria resguardada assim a possibilidade de os pequenos terem acesso aos grandes torneios e a possibilidade de subirem degraus. Também se garantiria que um grande que não estivesse bem pudesse ir caindo, até cair no campeonato estadual, sendo obrigado a subir novamente todos os degraus.
Chegou a hora de parar e pensar na reforma do futebol. Vídeos circulam na internet, mostrando pessoas comemorando as lesões no Flamengo, como se fossem gols de seus próprios times. Não é assim que se equilibra um campeonato, e no mais não é apenas o Rubro-Negro que sofre com o calendário e com as convocações.
