Em entrevista ao repórter Venê Casagrande, o candidato a presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, não garantiu a continuação de Filipe Luís como treinador do Flamengo, caso seja eleito.
Filipe Luís até aqui fez dois bons jogos como comandante do Flamengo, apesar dos resultados magros, em ambos os jogos o placar poderia ter sido superior a três gols de diferença. O time de Filipe Luís joga um bom futebol, não é apático em campo, busca ficar com a bola o tempo todo e quando não a têm, sufoca o adversário o obrigando a cometer erros e assim recuperar a posse da bola. Filipe já sabe que precisa melhorar a questão das finalizações para tornar o time realmente imbatível.
A torcida está em lua de mel com seu ex-jogador e ídolo, que agora dirige o time de fora das quatro linhas. Filipe vem se preparando para ser treinador desde quando ainda era jogador. No Flamengo está realizando seu sonho que seria treinar seu time do coração, nada mais justo do que ser no Rubro-negro sua primeira oportunidade.
Filipe atendeu o chamado, chega ao Flamengo em um momento de crise, um ano que tinha tudo para ser o melhor ano da história parecia perdido com a apatia do time dirigido até então pelo técnico Tite.
Qualquer treinador no mercado cobraria uma fortuna para assumir o time no restante dessa temporada, a diretoria foi ao mercado e não encontrou disposição esportiva para tal empreitada. A solução estava em casa, agrada a torcida, agrada a equipe e se der certo terá salvado o último ano da administração Rodolfo Landim.
No entanto, Filipe Luís entrou na roda. Profissional experiente sabe que deu o ponta pé inicial em sua carreira de treinador profissional, a lua de mel com a torcida uma hora acabará e os resultados serão importantes, como dizia o ex-treinador do Flamengo: “o campo fala!”. Em caso de resultados ruins, sua condição de ídolo como jogador, não o salvará da decola e nem da fúria de uma torcida de cabeça quente.
É a torcida o verdadeiro patrão de Filipe Luís, quem o contratou foi Rodolfo Landim, mas nem ele, nem Bap, tem mais o controle desse processo, ele está na mão do próprio treinador e da torcida do Flamengo. Luiz Eduardo Baptista, pode vir a ter a caneta de presidente e pode até fazer a besteira de demitir um técnico, que até lá poderá ter feito o time demonstrar um bom futebol, mas isso custaria caro a Bap.
Então as palavras do candidato a presidência são apenas arroubos de campanha, quanto a mudar o estatuto ele deve ficar à vontade, e acredito que sua ideia de limitar os poderes dos futuros presidentes seja boa, no entanto, quero ver isso na prática com ele sentado na cadeira de mandatário.
Profissional que é, e demonstrou isso durante toda a sua carreira de jogador, Filipe Luís, não deve nem ter levado em consideração as palavras de Bap, está mais preocupado em a curto prazo, fazer o Flamengo retomar os caminhos da vitória. Dando certo seu planejamento, nem Bap e nem outro presidente poderá demiti-lo e ficar impune diante da nação rubro-negra.
As propostas do candidato Luiz Eduardo Baptista para o Flamengo são boas. Bap é um grande gestor e não precisa provar mais nada, traz a ideia de levar a profissionalização do setor administrativo para o desportivo e isso é o que falta hoje no Flamengo, para torná-lo hegemônico no futebol sul-americano. No entanto, a esta altura do processo eleitoral, Bap se comporta como um político tradicional, cospe na gestão Landim, gestão da qual fazia parte até pouco tempo atrás e era considerado por todos o braço direito do atual presidente. Se entrega a arroubos de campanha, por exemplo, nesse caso do técnico Filipe Luís, enquanto podia se ater apenas ao que é profissional, ou seja, discordar da gestão atual que deu ao técnico um contrato até o fim de 2025, quando ela pode não estar lá e dizer que o técnico, como qualquer outro passaria por um processo de avaliação constante, como deve ser com qualquer profissional a serviço do Flamengo.
As afirmações de Bap sobre Filipe Luís, visam atingir a gestão Landim, no entanto, mais uma vez ele escolhe ser antipático e se deseja ser político esse não é o melhor caminho.
