Depois de seis anos de gestão Rodolfo Landim, no próximo ano o Clube de Regatas do Flamengo terá um novo mandatário.
O grupo que assumiu o clube em 2013 foi o grande responsável por uma virada na gestão do clube, ainda que Eduardo Bandeira de Mello tenha comandado de 2013 a 2018, homens como Landi, BAP, Valim Vasconcelos, Rodrigo Tostes já estavam a bordo e lideraram essa mudança na gestão.
Apesar da Gestão de Bandeira de Mello ter mudado a gestão e colocado o Flamengo nos trilhos no que se refere a finanças, não foi uma gestão vencedora no futebol. Na reta final o Flamengo contava até com um bom plantel, no entanto, não ganhou títulos e criou uma situação que foi apelidada pela imprensa de: “modo banana” e o famoso: “cheirinho”.
Com a chegada de Landim a presidência tanto o “modo banana”, quanto o “cheirinho” ficaram para trás. De 2019 até aqui (agosto de 2024) foram 13 títulos conquistados, ou seja, Landim é o presidente mais vencedor da história do Flamengo. Ainda que seja objeto de muitas críticas e de não ter o mesmo tipo de profissionalismo que tem na gestão, no departamento de futebol, nenhum outro presidente venceu tanto como o atual mandatário rubro-negro.
Para coroar a gestão Landim deixa comprado o terreno do Gasômetro, onde será construído o tão sonhado estádio do Flamengo.
Não há dúvidas que foi uma grande gestão, longe de ser perfeita, mais muito distante do que estávamos acostumados até aqui.
Para se sentar a cadeira de presidente do Flamengo, se apresentam até agora cinco candidatos, são eles:
Rodrigo Dunshee de Abranches;
Luiz Eduardo Baptista, o Bap;
Mauricio Gomes de Mattos;
Wallim Vasconcellos e
José Carlos Peruano.
Dos cinco, os quatro primeiros participaram das gestões que mudaram o Flamengo.
Rodrigo Dunshee é o candidato da situação, o candidato de Landim. No entanto carrega uma etiqueta que o liga as gestões do passado no clube, Rodrigo é filho de Dunshee de Abranches que foi presidente que vendeu Zico nos anos oitenta. Não que Rodrigo tenha que ser responsabilizado pelos atos do pai, no entanto, grandes nomes rubro-negros como Antônio Tabet que participou da gestão Bandeira, afirma que jamais votaria em alguém ligado ao passado político do clube.
Além disso não Dunshee não é das figuras mais carismáticas e é até visto com certa antipatia por parte da torcida. Muito se diz que Landim estaria por trás de uma gestão Rodrigo Dunshee. Mas nem mesmo o próprio pode garantir que Dunshee cumpriria os acordos feitos antes da eleição.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, participou e muito da gestão Landim. Bap é um excelente administrador e quanto a isso não precisa provar nada. Tem boas ideias, uma visão crítica que com certeza vai trazer mudanças ao departamento de futebol.
Pesa contra Bap o fato de ser pouco carismático, no entanto, ao contrário de Dunshee tem boa oratória e bom poder de convencimento. Bap é lembrado pela torcida por uma frase infeliz logo no começo da gestão Landim, Bap disse que os torcedores do Flamengo não saberiam escrever corretamente a palavra: “Mickey”. Uma referência aos muros da gávea que haviam amanhecido pichados com as primeiras críticas à atual gestão.
Mauricio Gomes de Mattos, foi vice-presidente de embaixadas e consulados da gestão Landim. Tem apreço da torcida do qual esteve sempre muito próximo enquanto esteve na pasta. Seu prestígio parece não ir muito além disso, ainda tem muito a mostrar para viabilizar-se como um nome que pode sim assumir a caneta de mandatário do Flamengo.
José Carlos Peruano é o candidato folclórico, já se candidatou em outras oportunidades e sua candidatura deve ficar mesmo nessa faixa, dificilmente ameaçara os outros nomes.
Wallin Vasconcelos, trabalhou tanto na gestão Bandeira, quanto na gestão Landim. É um dos grandes articuladores das mudanças na gestão do Flamengo. Trata-se de um nome de peso, lançou um pouco tarde a candidatura, mas é um nome que pode desbancar a candidatura de Rodrigo Dunshee e em termos de seriedade e profissionalismo encarar de igual para igual Luiz Eduardo Baptista. Wallin já tentou por duas vezes a presidência, na primeira por questões de estatuto teve que ceder a candidatura a Bandeira de Mello, da segunda vez foi derrotado, justamente por Bandeira. É o presidente que muitos rubro-negros sonham, mas que tem dificuldades para concretizar.
Outros sócios do Flamengo ensaiam lançar candidatura, esse pleito não será tão tranquilo quanto se pensava. A força de Landim pode realmente levar Dunshee a presidência, mas candidaturas como a de Bap e Wallin tem tudo para decolar e ainda há a possibilidade de composições na reta final, algo que costuma acontecer sempre.
Independente de torcida e simpatia a próxima gestão será a mais importante da história do Flamengo, o próximo mandatário terá que equacionar finanças, futebol e a construção do estádio. Terá que cumprir os compromissos do edital da compra do terreno, que garante a construção do estádio até 2029, não poderá deixar que isso influencie na montagem de times competitivos, a torcida não terá compreensão. Por último um presidente fraco, na ânsia de atender as duas coisas, pode colocar o Flamengo em dívidas.
Landim, até aqui, em termos de conquistas, foi o maior presidente da história do Flamengo, mas o próximo a se assentar à cadeira de mandatário na Gavea, para o bem ou para o mal, será o presidente mais importante da história. Poderá entregar o tão sonhado estádio e com um time imbatível, mas pode também enfiar os pés pelas mãos e devolver o Flamengo ao tempo das dívidas.