Com um empate no Campeón del Siglo em Montevidéu, cai na Libertadores o time com maior investimento na América. O Peñarol, um time mediano, que tem em seu elenco jogadores que já atuaram no Brasil, na Série B, derruba o gigante rubro-negro e se classifica para a semifinal da competição.
O Flamengo é isso!
O clube que mais arregada, bilionário, não poupa nas contratações e monta elencos de fazer frente a qualquer time no continente. Uma potência financeira desde 2013, quando começou a colocar a casa em ordem, no que diz respeito a compromissos envolvendo sua economia.
Duas gestões, Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landim, mesmo se separando em dado momento, são do mesmo grupo de origem, a próxima também será. É um grupo que entende muito bem de administrar empresas, que colocou o clube nos eixos, mas que não apresentou nesses doze anos a frente do Flamengo nenhum projeto desportivo com competência similar ao que fez na área financeira.
Os defensores de Rodolfo Landim, dirão que ele é presidente mais vencedor da história do Flamengo, e é. No entanto, os doze títulos da era landim vieram pelo poderio financeiro e pôr em seu primeiro ter tido a sorte de ter lhe caído no colo, o melhor técnico que já passou por terras brasileiras.
Dez técnicos em doze anos, uma prova contundente que não há projeto, que a gestão acredita que sempre resolverá na força do elenco. O que se provou nos últimos dois anos, até aqui apenas um Carioca e uma chance de ganhar ainda este ano a Copa do Brasil, o menos importante dos três grandes campeonatos.
Equivocada a diretoria deixou o Campeonato Brasileiro de lado, focou mal e porcamente na Libertadores, onde fez uma primeira fase sofrível e se classificou como segundo do grupo, nas oitavas passou de forma agonizante pelo Bolivar e não resistiu ao Peñarol nas quartas.
O departamento de futebol do Flamengo não existe, a única habilidade que parece ter é alguma expertise para contratar jogador. Quanto a técnicos contrata nomes, não olha para o elenco que tem, o mínimo para quem não tem projeto de futebol.
A eleição para o próximo presidente está chegando, e o futuro comandante sairá do mesmo grupo que administra o Flamengo desde 2013. Os quatro mais bem colocados nas pesquisas estavam juntos em 2013. No entanto, a continuidade do modelo de gestão no futebol, se é que se pode chamar de gestão, não pode continuar.
Independente se o nome do futuro vice-presidente de futebol for Marcos Braz, ou Diogo Lemos, o modelo desse grupo capitaneado por Rodolfo Landim não tem projeto para futebol e nem pensa em mudança.
Parece que Luiz Eduardo Baptista e Wallim Vasconcelos, entenderam que o futebol deve ser profissionalizado, deve ser encabeçado por um gestor que tenha competência para a gestão de futebol moderno, que não seja um mero contratante, que é o caso do grupo atual.
Quem acompanha o Flamengo, sabe bem os motivos da queda na Libertadores, o mal futebol jogado e a falta de compromisso com o Campeonato Brasileiro. Falar que o técnico Tite, desenvolve um futebol que não é compatível com o elenco atual do clube, é chover no molhado. Assim como Domenect Torrent e Paulo Sousa também não tinham compatibilidade nenhuma com o elenco. Ceni era inexperiente, Renato o boleiro que não é técnico, Dorival e Sampaoli, tapadores de buraco e Vitor Pereira jogado na fogueira do mal planejamento.
A preguiça de pensar para buscar uma solução adequada, levou os dirigentes a Tite. O técnico que tem o carisma de um copo d’água.
Todas as variáveis citadas deixam claro, que o candidato da situação, Rodrigo Dunshee, é a pior escolha para a próxima gestão. Que, Bap ou Wallim, se chegarem à cadeira de presidente, tenham um olhar para o futebol com a mesma competência que tem para com números.
Nomes como José Boto, Thiago Scuro e até mesmo Alexandre Mattos, tem o que o se precisa para pensar um futebol hegemônico, que o poderio financeiro pode dar ao Flamengo. Por outro lado, nomes como Marcos Braz, Diogo Lemos, Ricardo Lomba são exemplos de retrocesso.
O grupo que saneou as finanças, se orgulha e bate no peito para dizer que mudou o patamar do clube, ainda falta o mais importante para isso.
Falta o motivo da existência do clube mais querido do Brasil, o futebol.