O processo de fritura do técnico Tite, está ativado no Flamengo desde que ele entrou. Se olharmos com cuidado, o estilo pragmático do técnico não bate em nada com o universo rubro-negro. A palavra da modinha é “DNA”, o que em campo não quer dizer muita coisa, pois o Flamengo já teve muitas fases e muitas delas perduraram por anos. No entanto, quando isso se refere a arquibancada é uma verdade inquestionável.
Leovegildo Junior, o nosso grande maestro, um dos maiores ídolos do Clube, teve seu nome gritado de forma negativa pela torcida que pedia sua saída. Fato ocorrido nos longínquos anos setenta.
A torcida rubro-negra é impaciente, e o técnico Tite tem quase um ano de trabalho. Na verdade, Tite está na dele, na mesma toada que sempre teve, ele costuma controlar as coisas desse modo, o que pode ser aceitável para a torcida do Corinthians, que tem outra postura. Quem acompanha futebol com um mínimo de tempo já sabia o que esperar quando a contratação do gaúcho foi anunciada pela diretoria.
A frigideira rubro-negra costuma determinar o espaço de tempo, que um treinador tem para convencê-la. Tite não convenceu e o óleo já está pulando para o fogão.
A atual diretoria, passou seis anos em um relacionamento de amor e ódio com a torcida e nunca teve coragem de peitar a arquibancada, então o destino de Tite, parece estar selado. Se cair em uma das duas copas, ou voltar a dar vexame no Campeonato Brasileiro, a história de estar vivo nos três campeonatos não o salvará de ser degolado.
Alguns nomes começam a circular pelas bocas, principalmente de influenciadores, o de Fernando Diniz já vem figurando em algumas thumbnails. Quem apoia essa ideia se contradiz, se apresenta Diniz como contraponto a Tite. Diniz é da mesma escola que o treinador gaúcho, pratica um futebol que em pouco tempo já está manjado, e não tem repertório.
Diniz foi demitido do Fluminense no início desse ano e deixou o tricolor carioca na zona de rebaixamento. Os influenciadores que estão fazendo circular o nome de Diniz, são os mesmos que criticaram a contratação de Vitor Pereira, no lugar de Dorival Junior. E diziam:
“Como pode contratar um técnico derrotado, para o lugar de quem o derrotou?”
Bom, agora eles acham conveniente contratar um técnico, que deixou o brasileiro na zona de rebaixamento.
Apesar dos influenciadores apontarem para um lado, nos corredores da Gavea, outro nome parece que ganha mais força a cada hora que passa. Já é quase consenso que Filipe Luís, hoje técnico do sub-20, pode ser um nome que traria tranquilidade para a reta final de temporada.
Há pontos a serem observados nessa possibilidade, é um técnico em seu primeiro ano, tem pouca experiência.
É um risco.
No entanto, é um risco que pode ser medido e controlado e no próprio Flamengo encontramos um exemplo.
Quando Claudio Coutinho, o grande arquiteto do time dos anos oitenta, deixou o clube para assumir um projeto nos Estados Unidos, Paulo César Carpegiani ainda era jogador. Dino Sani assumiu o time, não conseguiu tocar o vestiário e saiu. Carpegiani foi então elevado ao cargo de treinador e em sua primeira passagem pelo Flamengo, conquistou entre outros títulos, a Libertadores e Mundial de 81, e o Campeonato Brasileiro de 82.
A aposta em Filipe Luís, hoje não seria tão fora da casinha, como quando foi sugerida durante a passagem de Renato Gaúcho pelo Ninho do Urubu. Se o técnico Tite não reagir e em pouco tempo, a chegada de Filipe Luís ao profissional do Flamengo, parece cada dia mais próxima.