A janela de contratações feita até aqui pelo Flamengo, tem deixado os rivais e a imprensa de cabelo em pé. Michael chegou e dois dias depois já estava no Maracanã, fazendo gol pelo campeonato brasileiro; Alex Sandro foi anunciado e despertou a ira do presidente do São Paulo que acha que o jogador tinha que ter ido para o time do Morumbis, mesmo com uma proposta salarial de menos da metade da que foi oferecida pelo rubro negro; a qualquer momento o mais querido pode ainda anunciar Carlos (Charlye) Alcaraz e Gonzalo Plata, além de que Marcos Brás tem confidenciado para alguns influenciadores, que além destes nomes que estão praticamente fechados, ainda há uma surpresa para torcida, um nome que ainda não havia sido especulado.
Quem seria? Andreas Pereira? Renier Jesus?
A imprensa que já se adiantava, dizendo que o mais querido não contrataria ninguém nessa janela, de boca aberta, assiste o rubro negro passar a régua no mercado de contratações.
Imediatamente alguns desinformados gritam por fair play financeiro no futebol brasileiro. Eles entendem que esse seria um meio de parar o Flamengo. No caso, estão mal-informados e deviriam fazer melhor o dever de casa. No conceito do fair play financeiro, o Flamengo seria o mais beneficiado, pois consiste no clube gastar dentro do que arrecadou, quem gasta mais seria punido.
O Flamengo segue um estatuto, que não permite aos dirigentes gastarem mais do que a arrecadação do clube, para não colocar a saúde financeira duramente conquistada, em riscos. Ou seja, o mais querido já trabalha dentro do conceito de fair play financeiro.
Quem seria penalizado caso o fair play fosse aplicado no Brasil, seriam o Corinthians que contrata jogador sem ter dinheiro, o São Paulo, o Grêmio, o Internacional, o Cruzeiro que hoje, vive do dinheiro do Pedrinho BH, o Atletico Mineiro com a grana dos Menins, o Botafogo com os investimentos de John Textor, e todos os clubes que costumam viver de padrinhos, que gastam dinheiro que não é gerado pelo eles mesmos.
Já os que conhecem as regras do Fair Play Financeiro e sabem que ele só beneficiaria o Flamengo e talvez o Palmeiras, inventaram uma nova modalidade e estão chamando de fair play esportivo. Essa novidade consistiria em impor um teto de gastos, assim o Flamengo não poderia gastar acima do teto, mesmo tendo dinheiro para isso.
Em lugar nenhum existe esse conceito, e no fundo ele serviria para punir quem faz o dever de casa, quem tem as contas em dia, quem paga salários sem atraso e honra seus compromissos. Muitos dos que aventam essa aberração, cobram profissionalismo no futebol brasileiro, no entanto, esse tipo de proposta é a mais amadora o possível, pois puxa o futebol para ser nivelado por baixo.
Estranha a preocupação dos clubes e imprensa com o Flamengo, pois os clubes deveriam fazer o que foi feito na Gávea, um remédio amargo que permitiu que dez anos depois o clube pudesse ir ao mercado e trazer os jogadores que está trazendo e pagando salários a nível de Europa. Já a imprensa devia ser rigorosa e vigiar movimentos como os que levarão o Cruzeiro a quase não existir mais, e buscar entender como o Corinthians conseguirá honrar as dívidas que está contraindo.
O Flamengo é há décadas o clube de maior torcida no Brasil, já foi um exemplo de má gestão. Foram anos colecionando fracassos, amargando zona de rebaixamento. Tudo mudou quando dirigentes sérios se propuseram a equilibrar as coisas e tornar o clube também uma potência financeira.
Lograram sucesso, hoje o clube, contrata bem, comprou o terreno onde construirá com recursos próprios o seu tão sonhado estádio e está prestes a adquirir um clube na Europa, o que facilitará em movimentações no mercado da bola e trará ainda mais lucro para os cofres do rubro negro.
Imprensa e rivais deveriam estar pensando em como melhorar os clubes, em trabalhar para atingir patamares que lhes permitam ser competitivos desportivamente. Muita gente prega livre mercado e liberalismo, desde que não seja no futebol, onde querem manter a velha prática de gastar sem limites, ganhar títulos e depois amargarem anos no vai e vem de divisões e até mesmo correrem o risco de enterrarem os clubes.
Em 2024 o mundo é outro, não estamos mais nos anos oitenta e a conta do futebol tem que ser paga por quem gasta, chega a ser aviltante ver um clube como o Atlético Mineiro com a maior dívida, contratando jogadores caros, aparentemente sem se preocupar com seus débitos. A aberração fica por conta de quem se indigna com um clube saudável, que tem dinheiro para fazer tais contratações. Todos querem ser a potência financeira que o Flamengo é, mas ninguém quer pagar o preço que o Flamengo pagou.