José Luiz Runco, é novo diretor médico do Flamengo, não apenas do futebol, mas geral. Runco, dispensa apresentação, seu currículo o aponta como um dos maiores da medicina desportiva do país. Já foi médico do clube por anos, também por anos serviu a seleção brasileira.
No entanto, o retorno de Runco ao Flamengo tem gerado algumas polêmicas. Isso porque o médico deu declarações em um podcast que vão na contramão da tecnologia. Isolando as declarações de Runco, seria preocupante, mas há um contexto muito maior que é o dia a dia e é onde a experiência do médico vai contar muito mais.
As declarações de Runco são conservadoras, mas isso não implica que excelente profissional que é, fará o Rubro-negro retornar à idade do guaraná com rolha. Runco apresenta questões que certamente levará em conta, e deve, tudo isso deve ser anexado a bagagem de vida que o profissional traz.
Dizer que está ultrapassado, ainda é muito cedo, certamente é um profissional que por ter vivido com pouca tecnologia, têm em seu cardápio, recursos que vão além da tecnologia. Se não for intransigente, isso poderá na verdade ser um grande trunfo.
Como vivemos em um mundo de algoritmos e inteligências artificiais, tais declarações podem não bater bem nos ouvidos, mas vão além. Runco tem currículo para no mínimo aguardarmos com tranquilidade sua gestão frente a pasta médica do Flamengo.
O que ainda não vi falar na imprensa que cobre o clube, é o fato de que a posição de José Luiz Runco é de gestão e nessa posição não conhecemos o profissional. É nessa posição que esbarra sua primeira divergência depois que retornou ao clube. Quando mandou retirar o equipamento de futmesa que os jogadores utilizam para descontração, Runco ultrapassou a linha do que está sob sua gestão. Acertou José Boto ao dar a contraordem e manter a tal mesa.
Também está mais no seu papel de gestor, a demissão de toda a equipe médica do Flamengo. Isso sim preocupa.
É impossível que nesse grupo não tenha profissionais de qualidade, visto que o clube vem de seis anos sendo vencedor e não de terra arrasada.
Não ficou ninguém, não ficou histórico e para quem enxerga tecnologia de maneira as vezes cética, Runco se contradisse. O que ficou no Flamengo são relatórios produzidos por sistemas de computador, com as demissões foram embora qualquer olhar humano sobre o histórico do departamento.
A equipe de Runco terá que matar no peito e com mais dificuldade desbravar um terreno que ela não conhece, teria sido mais fácil se tivesse feito um período de transição com profissionais que lá estavam, assim como é de praxe nas grandes corporações, quando mudanças acontecem.
Está feito!
Agora é crer que a equipe é tão boa, que minimizará os impactos, que com certeza vão acontecer.