O Flamengo não assinou o repudio que os clubes da Libra, fizeram as declarações as declarações do presidente da Conmebol. O cartola usou uma analogia racista para dizer que não há como separar os clubes brasileiros da instituição sul-americana que comanda o futebol. Para Alejandro Dominguez, Libertadores sem os clubes brasileiros, seria como Tarzan sem a Chita.
Em nota o Rubro-negro se esquiva de responsabilidades, dizendo que ações contra a Conmebol cabem somente a CBF.
Não há dúvida que a frente da gestão do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista fará o clube avançar ainda mais do que avançou na era Rodolfo Landim, Bap é reconhecidamente um bom gestor, tem boas ideias e está cercado de pessoas competentes.
Dito isto, a gestão do Flamengo é uma gestão de homens brancos de meia idade, não vamos cair na vala comum de tornar isso uma crítica, isso é apenas a verdade. Para comprovar basta olhar as imagens da vitória de Bap na eleição, bastam alguns minutos para que as imagens comprovem o fato e não seria diferente se o vendedor tivesse sido Rodrigo Dunshee ou Mauricio Gomes de Mattos.
O Flamengo é um clube da zona sul do Rio de Janeiro, a sede fica na Gavea, bairro nobre da cidade. Quem o comanda é uma pequena elite do município. Mas o Flamengo é o que é não pelos frequentadores da Gavea. O Flamengo é o que é, porque sua torcida gigantesca, a maior do mundo, está espalhada pelo Brasil, literalmente do Oiapoque, ao Chuí.
Quando o Flamengo aniquila seus adversários no Maracanã, a magnética torcida rubro-negra grita: “Favela, Favela, Favela, festa na favela!”.
A massa rubro-negra é composta por esses senhores brancos, que tem dinheiro para pagarem o título de sócio e frequentar a Gavea, mas sua grande maioria é de brasileiros que descem os morros cariocas para lotar o Maracanã, de nordestinos que correm para a porta dos hotéis quando o Mais Querido passa por lá.
O elitismo de Bap, prega ingressos mais caros e todos sabemos que a maior renda do clube não vem dos ingressos, ainda sim o mandatário desde que era diretor na gestão passada, prega ingressos mais caros. Se reclamam de Landim comparar a torcida com consumidores de Coca-cola, não pensem que Baptista pensa diferente, suas declarações deixam bem claro que ele comandará o clube do povo como um bom gestor comanda uma corporação.
Bap, foge agora de participar de uma atitude corajosa, do enfrentamento de um problema que assola o mundo todo, silencia diante da Conmebol a torcida mais miscigenada do mundo.
Não é só a CBF que tem que enfrentar o racismo, todos tem essa obrigação, principalmente um clube que tem 45 milhões de torcedores e independente se os dez mil da Gavea sofrem ou não com o racismo, os outros 44 milhões, novecentos e noventa mil sofrem.
Erra Luiz Eduardo Baptista, sua atitude é omissa, fala com os pares que o elegeram, mas além de não falar com a nação rubro negra a impede de se manifestar em defesa própria.
Calam-se diante de Alejandro Dominguez, quarenta e cinco milhões de torcedores, amordaçados por seu próprio presidente.
Cala-se o clube que revelou para o mundo Vinicius Junior!
