A partida de ida pelas oitavas de final da Copa Libertadores, entre Flamengo e Peñarol no Maracanã, foi um verdadeiro vexame para o Rubro Negro. Uma mostra legítima do futebol pragmático de Tite, que flerta com o precipício o tempo todo.
O futebol demostrado no Maracanã, não é compatível com um clube, que investiu quase 300 milhões em contratações no ano de 2024, isso sem contar as luvas que terá que pagar a Michael e Alex Sandro.
Mas esse é o futebol há muito tempo praticado por Adenor Bachi, o Tite. O futebol de resultados de Tite, é para ser praticado em clubes com elencos limitados, um elenco recheado de estrelas como é o Flamengo, não pode se contentar com esse futebol medíocre demonstrado ontem no Maracanã.
Tite, costuma dizer que o campo fala, ao final da partida o campo falou e diretamente com o treinador, em um coro gigantesco a torcida rubro-negra gritou por minutos um palavrão direcionado ao gaúcho que até aqui dirige a equipe.
Há muitas partidas que o que vem sendo demonstrado em campo tem alertado, que estes jogadores do atual elenco, não conseguem praticar o que o treinador lhes pede, o time se assemelha a um cavalo de corrida, que tem que pastar amarrado.
O que se vê em campo são jogadores de talento como Erick Pulgar, fazerem besteira por não se adaptar ao esquema do treinador. Muitos erros de passe, jogadores fora de posição e a teimosia de manter medalhões como titulares, para não tumultuar o vestiário.
Léo Ortiz, deveria claramente ser titular, como zagueiro, ou como volante, o campo já mostrou que o atleta é superior aos atuais zagueiros do elenco, e mesmo não sendo da posição também já demonstrou que tem futebol para barrar Erik Pulgar. No entanto, Tite insiste em não ver o que a está altura está óbvio.
O ano para o Flamengo está próximo da acabar de forma desastrosa, o clube deixou o campeonato brasileiro em segundo plano, um terreno difícil de ser recuperado, precisa de um milagre para reverter a tragédia de ontem na Libertadores. A princípio deve apostar as fichas na insossa Copa do Brasil, onde aos trancos e barrancos conseguiu chegar à semifinal.
Se o técnico Tite não serve para o Flamengo e não deve ter seu contrato prorrogado, a diretoria mais uma vez se senta em cima da bomba. Fez escolhas erradas a começar pelo treinador, investiu as fichas de forma errada e o que podia ser um ano histórico pode acabar mal.
Como diz o próprio Tite: “O campo fala!”. O campo está falando a bastante tempo, que o erro do Flamengo, não está apenas dentro do vestiário, ele está na gestão de futebol, que quando criticada costuma se sentar nos títulos que ganhou, como se o passado a eximisse de qualquer responsabilidade pelo presente e futuro.
Sim os títulos do Flamengo estão no passado, mesmo que recentes já são história. Ano passado não se ganhou nada e esse ano pode ficar apenas no carioquinha.
Para um clube que se tornou exemplo de gestão financeira, está mais do que na hora de se tornar um exemplo também na gestão de futebol. Do contrário estará limitado, de nada vai adiantar o faturamento de mais de 1 bilhão e a contratação de grandes elencos, a má gestão de futebol vai segurar a equipe no patamar que está.
Está muito claro que a gestão atual, é uma gestão reativa, não olha para o futuro, corre o tempo todo para apagar incêndios, que não existiriam se o clube trabalhasse com planejamento profissional.
Foi assim até mesmo com Jorge Jesus, a aposta à época era em Abel Braga, que pratica um futebol semelhante ao que pratica Tite. Foi assim que no improviso trouxeram Domec Torrent e no improviso o substituíram por Rogério Ceni, e depois Renato Gaúcho. Quando tiveram espaço para algum planejamento trouxeram Paulo Sousa, um técnico com boas ideias, mas que precisava de muito tempo e um elenco que encaixasse na sua ideia, não deu certo, mais uma vez improvisaram com Dorival Junior, que venceu dois torneios, mas sejamos sinceros, venceu no susto. O que vier esse ano a está altura é lucro. Que a próxima gestão traga melhores ideias, que profissionalize de vez o departamento de futebol, que o entregue a um profissional com ideias modernas, que saiba encabeçar um projeto vencedor e que tire o Flamengo para sempre do improviso de gestões com a cabeça no passado.
